sábado, 16 de abril de 2011

OPINIÃO SOBRE O LIVRO

"Lemas, temas edilemas, que envolvem o ato educativo, fazem parte do escopo desta coletânea, que reúne educadores com diferentes experiências e diversos olhares a respeito da educação.  Dezessete autores aqui apresentam reflexões acerca de suas atuações/ contribuições no campo educativo, pleno de confrontos, paradoxos e possibilidades 

[...]

A ideia de juntar, num  mesmo espaço, autores com preocupações diversas reforça o pensamento de que devemos teruma abertura de olhar que nos faça sensíveis ao emaranhado de lemas, temas e dilemas que envolvem o ato de educar e de que este, como qualquer outro, recorte, pode (e deve) ser discutido e ampliado.
Aos educadores, prováveis leitores desta coletânea, fica aqui, então, o convite para uma leitura consistente e variada".

Maria Lucia M. C. Vasconcelos
Professora Titular da Universidade Presbiteriana Mackenzie - Membro do Conselho Municipal de Educação e do Conselho Estadual de Educação

AS ORGANIZADORAS DO LIVRO

Ana Grancinda Queluz Garcia
Em 1973, graduou-se em Pedagogia pela Universidade São Paulo (USP). Em 1980, obteve o título de Mestre em Educação (Currículo) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1990, concluiu o doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP). Tem experiência na área de Educação, atuando nos seguintes temas: Educação, Interdisciplinarida, Formação de Professores, Aprendizagem e Tempo.
MAURA MARIA MORAES DE OLIVEIRA BOLFER
Graduada em Pedagogia, especialista em Psicopedagogia e em Educação, Mestre em Educação, Linguagem e Arte pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Doutora em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP).

A IDEIA DO LIVRO

A Profa. Dra. Ana Gracinda Queluz Garcia em 2008 reuniu 15 educadores para produzir um livro que discutisse alguns aspectos da escola contemporânea. O resultado foi a publicação em 2009 de uma coletânea que traz estudos e experiências de conceituados profissionais acerca dos principais lemas que regem os sistemas educacionais, as importantes temáticas que influenciam a elaboração de políticas públicas e que impactam diretamente no trabalho daqueles que atuam nas escolas, e, por fim, os desafios de se enfrentar os dilemas da área de educação. Trata-se de uma obra fundamental para o estímulo de novas reflexões e que, certamente, contribuirá com a arte de educar.

Cada capítulo foi elaborado por um educador, ao final de cada um existem questões para reflexão com o subtítulo "Pensando sobre o Texto".

São ao todo15 capítulos, cada um aborda um tema da escola brasileira, seus lemas e dilemas. Esse conjunto de saberes em discussão são importantes para o trabalho docente. Segue a relação dos capítulos:

Capítulo 1: Universalização do Ensino Fundamental: Trajetórias e Perspectivas Atuais
Arthur Fonseca Filho

Capítulo 2: O papel dos Conselhos de Educação para o Regime de Colaboração
Arthur Fonseca Filho e Francisco José Carbonari

Capítulo 3: Educação Superior: Responsabilidade na Formação de Docentes para a Educação Básica
Maura Maria Moraes de Oliveira Bolfer

Capítulo 4: A Docência e o Ofício de Professor
Elisa de Fátima Valério Oleirinha

Capítulo 5: Sucesso na Gestão Educacional: uma Questão de Parceria entre Líder e Liderados
Terezinha Otaviana Dantas da Costa

Capítulo 6: Coordenação Pedagógica: Múltiplos Olhares
Maria Flora Machado de Araújo Fonseca

Capítulo 7: Tempo Pedagógico e os Saberes a Ensinar
Ana Grancinda Queluz Garcia

Capítulo 8: O Desenvolvimento Cognitivo e Social na Adolescência. Escola e Sociedade: Relato de Intervenções Pedagógicas
Elisa de Fátima Valério Oleirinha

Capítulo 9: Formação de Professores e a Relação entre Atitude Face à Matemática e Literacia Matemática
Maria André Trindade

Capítulo 10: Ensinar Ciências nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Alfonso Gómez Paiva

Capítulo 11: Alternativas Metodológicas para a Construção e Desenvolvimento de Competências Matemáticas
Douglas da Silva Tinti e Maria Teresa Izaguirre Crewe

Capítulo 12: Língua Portuguesa: Fio Condutor na Construção do Conhecimento
Gláuci Helena Mora Dias

Capítulo 13: Mudanças Ortográficas no Português do Brasil
Tatiana Higra Pasini

Capítulo 14: Educação Física Escolar: Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental: Reflexões de Experiências Vividas
Geronimo Miguel Cardia, Roberto Vazatta e Sérgio Paulo de Tarso Domingues

Capítulo 15: Responsabilidade Social na Escola
Jorge Alberto França Proença

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

PARA QUE EXISTEM ESCOLAS?

A resposta a essa pergunta é complexa e gera uma série de outras questões.

Para muitos alunos a escola existe para fazer amizades, para conversar com os amigos e para outros se limita a aprender a ler, a escrever e a fazer contas. Alguns pais colocam os filhos na escola porque não aguentam eles em casa, então todo dia durante 4 h mais ou menos eles teriam sossego. Outros pais colocam seus filhos na escola, não só para aprender a ler, escrever e fazer contas, mas para ser alguém na vida. E o que é ser alguém na vida? Seria ter dinheiro suficiente para proporcionar uma vida confortável para si e para a sua família? E até onde isso vai?
Para mim, a escola tem uma função, possibilitar ao indivíduo sobreviver em sua sociedade. Isso será possível se, e somente se, a escola criar a possibilidade do indivíduo entender e agir em seu mundo de forma coletiva e individual. A escola também tem o papel de alimentar a alma, de satisfazer os sonhos, as curiosidades e a imaginação das pessoas. O indivíduo precisa ter prazer de viver, sentir-se satisfeito. Recomendo ler o texto de Rubem Alves, Gaiolas e Asas.

Infelizmente, a escola que temos hoje está muito longe de preparar o indivíduo para o mundo. Ir a escola é uma tortura. Dar aulas também. Professores, escolas, metodologias e a didática são frequentemente responsabilizados. Esquecemos dos conteúdos que outrora tinham significado para as sociedades da época, mas que ao longo do tempo perderam seu sentido na escola. A escola de hoje parece não ter sentido para quem a frequenta. Será que não tem nada com os assuntos selecionados? Será possível ensinar um assunto chato apenas com uma brilhante metodologia e uma excelente didática? Acho que não. O assunto precisa convidar o aluno a se aproximar, a interagir, a querer conhecer. O aluno tem que se envolver.  Para isso, não basta profssores motivados, mas pais e alunos. Não se pode acusar o professor por tudo de ruim que acontece na escola, mas também não podemos eximí-los de suas responsabilidades.

Pensando no ensino de ciências é fácil selecionar os assuntos, mas vemos que os livros didáticos e os próprios professores estão interessados em ensinar a enciclopédia. O produto do conhecimento humano é mais importante que o processo de sua produção. E o pior, não estão preocupados com o mundo de hoje, com o mundo do jovem. Se preocupam com o mundo da academia. Uma forma de eletizar as pessoas que pela escola passam. É como se as pessoas se tornassem duques, viscondes e barões depois de formados. É, são todos "doutores", ilhados em seu mundo necessitam de tradutores para o mundo real.

Então o que devemos ensinar aos nossos jovens para que possam viver nesse mundo? Qual a contribuição da disciplina de Ciências e das demais?


Bom deixo o texto incompleto para que possa ouvir outras opiniões.
Alfonso Gómez Paiva